segunda-feira, 16 de julho de 2012

17º Capítulo - Hierarquia


O Capítulo era para ser postado na sexta, mas no fim de semana nem parei em casa. Espero que gostem.
O próximo capítulo sai ainda esta semana.
Já estamos a entrar na recta final =) Talvez mais 5 capítulos…
O capitulo não tem musicas…

Tem parte de bolinha vermelha, mas como sempre tenho de dar o aviso xD
A parte de bolinha vermelha fica entre ****

Exemplo:
********************************
Sdfghjklmnbvcxdcfvghjklkjhgfdcfvbnm
Iuyfvgfdcvgbh8trdyycfghituydcfhuoituf
Uyudfghyo86u5drtgdrcfvgiufgtfughoig
*******************************

P.S-> O capítulo está longo, mas como já não postava á algum tempo, debbcidi alongar o capítulo ;)
Boa leitura!

17º Capítulo - Hierarquia

- Alex! - Assim que o chamei ele saiu lindo da casa de banho. Vestia um smoking que o tornava delicioso. Corri os meus olhos por ele e sorri apreciadora. Virei costas e pedi – Aperta-me o vestido, por favor.
Ele fechou-me o vestido lentamente e beijou a minha nuca correndo o nariz pela minha pele.
- Estás linda.
Virei-me e enlacei o seu pescoço.
- E nervosa. – suspirei – Não sei se é boa ideia ir…
- O teu lugar é ao meu lado. – beijou a minha testa e deslizou os lábios até encontrar a minha boca e me beijar.
- Mas não vou descer ao mesmo tempo que tu. – falei firme enquanto ele se preparava para refustar.
- Está bem.
Tirou uma caixa do bolso do casaco e a abriu para mim. No veludo negro repousava um colar. A corrente era fina e brilhante, e um coração de diamante discreto esculpido com rubis a ornamentá-lo. Abri a boca espantada e deslumbrada. Era lindo. Os seus dedos pegaram na joia e eu levantei o meu cabelo e virei-lhe costas enquanto ele a prendia. Senti o frio dos diamantes na minha pele enquanto me virava para ele e sussurrei um obrigada.
- Amo-te, Nicholaa. – sorriu enquanto os seus polegares acariciavam as minhas bochechas levemente coradas. Sussurrei um amo-te de volta e beijamo-nos. Abracei-o sentindo o seu peito forte, sentia-me protegida.
Eu sai do quarto primeiro que ele. Havia uma reunião importante no castelo, Alex era o Rei e eu não queria descer com ele, porque eu não me via como rainha ou coisa parecida. Tentaria ficar afastada, manter um perfil discreto e não receber os olhares reprovadores e desconfiados de todos.
Traidora. Parasita. Quero matar-te.
Era isso que eu lia em muitos olhares assim que cheguei ao grande salão e os mais altos membros da sociedade estavam lá. Uns enquanto bebericavam dos seus copos de sangue, mostraram-me discretamente as presas. Desviei o olhar, mas realmente não sabia para onde ir. Não conhecia ninguém lá, e nem me ia apresentar – o que era desnecessário já que todos sabiam quem eu sou. Sabia que Kawit estaria na festa obviamente, mas estava mais que claro que não ia para o seu lado. Julianne nunca esteve muito confortável comigo desde que regressei e mantinha uma certa distancia. Alain. Sim, podia ir para perto dele – se ele não estivesse com alguma vampira ou uma alimentadora que andasse pela festa. Percorri o grande salão com os olhos mas acabei por sorrir porque senti a presença atrás de mim, no momento em que comecei a procura-lo.
- Estava mesmo á tua procura! – sorri girando o meu corpo na sua direcção.
O sorriso morreu nos meus lábios. Um vampiro fitava-me com um olhar frio. Alto, á volta de 30 anos, bonito e feições graves. Conheci-o imediatamente, vira uma foto dele num dos livros da biblioteca. Alex falara-me dele com um certo tom de respeito. Owen um membro poderoso da sociedade. Ele fizera do seu clã, um exercito de soldados leais.
- Estava?
- Hum. Pensei que seria outra pessoa… - comecei a contorna-lo para sair de perto dele - Se não se importa vou…
- Não, não vai. – rugiu segurando o meu braço, não com força mas impedia-me de sair dali – Não sem antes que eu diga o que tenho a dizer.
Ele não estava a falar alto, mas também não sussurrou de forma a que os restantes vampiros não percebessem a conversa.
- Largue o meu braço. Agora. – estava a sentir-me encurralada. Não conseguia decifrar o seu olhar e não gostava que ele me impedisse de sair dali. Sentia-me um gato encurralado.
- Não é a minha rainha. – continuou a segurar o meu braço e eu fitei-o num misto de raiva e receio. – Pelo menos, não por enquanto. Mas respeito o facto de ser uma pura, pontanto… – largou o meu braço – E, independentemente da minha opinião sobre si, é a companheira do Rei. Só queria dizer que tanto eu como o meu clã gostando ou não, em qualquer momento, abrimos a nossa porta para si, enquanto companheira do Rei.
Assenti com um gesto de cabeça agradecendo e afastei-me. Percebera muito bem o que ele dissera. Ele não me respeitava como ser, nem sentia lealdade para comigo. Apenas respeitava o facto de ser uma pura, mesmo que ele fosse mais forte que eu em muitos aspectos. Ele comandaria uma tropa por mim, mas apenas enquanto eu estivesse ao lado de Alexander King. Eu não tinha feito nada que inspirasse lealdade nele.
A “conversa” fora ouvida por todo o salão e os olhares de desprezo eram mais disfarçados, as palavras do vampiro foram certeiras. Eles podiam não gostar de mim, não me respeitar e até mesmo verem-me como uma traidora imunda que traiu o Rei e o seu Criador, mas ainda assim o segredo da imortalidade corria nas minhas veias, e eu ainda estava na posição de companheira do Rei. Gostando ou não, eu estava acima deles na hierarquia.
Engoli em seco enquanto aquilo me atingiu. Nunca tinha pensado nisso. Nunca tinha pensado em hierarquias, eu nunca pensei realmente no que eu era no meio dos vampiros. Era indiscutível que eu era a mais frágil que os restantes puros, que a minha pele não era tão resistente como a deles, que tinha os meus problemas por ter sido transformada aos 17 anos. O meu poder realmente ajudava e muito, era digamos que o melhor depois de Alex, mas numa luta corpo a corpo eu estava muito longe de poder “ganhar” a qualquer um deles. Numa luta corpo a corpo, mesmo com os treinos de Alex, perderia contra qualquer vampiro naquele salão. Eram mais velhos e mais fortes. Eu era teoricamente a mais fraca ali.
No entanto, eu era uma pura. Automaticamente estaria acima de qualquer vampiro presente, e ao ser a cria de Alex o Rei tinha um lugar destacado – sendo a sua companheira assumida, fazia de mim… A segunda na hierarquia? Sim. A segunda.
Wow.
Senti os olhos escuros de Kawit em mim, e então percebi melhor que nunca. Não foi só Alex que eu roubei dela. Roubei o seu posto, porque ela era a segunda na hierarquia mesmo não tendo nada oficial com Alexander ela era o segundo ser mais velho. Então, eu roubei-lhe de certa forma Alex, roubei o seu lugar na hierarquia e tudo isso rapidamente enquanto ela assistia sem poder fazer nada.
Sorri-lhe e pisquei-lhe o olho, provocando-a. Ela olhou-me com fúria, mas a nossa troca de farpas foi interrompida. Alex descia a escadaria.
Alto, imponente, e eu vi o porte de Rei no seu olhar, na sua postura, na forma como os seus lábios estavam cerrados. É estranho, mas o sentimento que tinha, o orgulho que sentia ia mais além do amor que sentia por ele. Era o meu Rei ali, o meu criador. Então, não foi nada de estranhar que de forma automática, no momento que todos lhe fizeram uma vénia, eu também o fiz.
A reunião acho que correu bem. Alex andava a tratar de certos problemas com os vampiros e eu fiquei no sofá a beber o meu copo de B-. B- era o meu favorito. Corei quando me corregi mentalmente, era o meu favorito depois do sangue de Alex. Mas ninguém podia descobrir jamais o que ambos fazíamos, que tomávamos sangue um do outro algumas vezes quando fazíamos amor. Era uma profanação. Era um segredo só nosso.
Senti que era observada. Encontrei os olhos de Julianne a fitarem-me atentamente. A minha respiração acelerou. Ela via o que uma pessoa realmente era, a sua aura, o seu estado de espirito, a sua essência, não sei a forma certa de definir o seu poder. E se ela me estivesse a ler neste momento? Se ela percebesse onde os meus pensamentos me levavam? Se ela percebesse que eu e Alex tomávamos o sangue um do outro?
Levantei-me e fiz-lhe sinal com a cabeça. Uns minutos depois de ter entrado na biblioteca, ela apareceu e fechou a porta, dando-nos assim privacidade com as paredes á prova de som, nem mesmo Alex ouviria a nossa conversa.
- Querias falar comigo?
- Sim. Julianne, tu ainda me consegues… bom, consegues ler-me?
- Assim como os outros poderes dos puros, com a exceção do Rei, o meu poder não funciona noutro puro.
- Mas… Mesmo comigo? Com todas as minhas debilidades?
- O teu corpo pode ser frágil, mas o segredo da imortalidade corre tanto nas tuas veias como nas de outro puro. E o teu criador não deixa de ser o Rei, um ser indestrutível, o seu sangue é mais forte que outro qualquer. - explicou - Se o poder dele não fosse o fogo, a única forma de morrermos, também o dele seria incapaz de funcionar em nós.
Mas… Estavas a olhar para mim, como se soubesses o que me passava pela cabeça.
- Continuo a ser muito boa a ler as pessoas. Posso não ver a tua aura, não ter deslumbre do teu coração, mas sei ler os gestos. Dos puros, tu e Alain são os mais fáceis, tu mais pois és ainda mais jovem que ele. – olhou-me atenta – Alem disso, como a tua pele é fina, ainda coras. – deu um meio sorriso – Olhas-te para Alexander de forma discreta, desvias-te o olhar e coras-te. Os teus pensamentos só podiam ser de conteúdo amoroso ou sexual.
- Ah.
- A tua postura mostrou-me que estava certa ou praticamente certa.
De novo ela ia-me evitar e ia sair pela porta rapidamente. Mas antes mesmo que ela abrisse a porta eu chamei-a de novo.
- Julianne, acho que temos de falar. – ela voltou para perto de mim e assentiu – Isto nunca me passou pela cabeça até vir para o castelo de novo. Quando estive longe daqui nunca pensei nisto. Enfim, pensei em muitas coisas, mas quando regressei tu me evitavas é que isto me passou pela cabeça.
- Entendo.
- Entendes? Porquê Julianne? Porquê? Porque não me defendeste, não falas-te por mim? Eu pensei que nos seriamos quase… de certa forma, como amigas. Percebo que “amigas” não é um termo bem utilizado para vampiros, mas pensei que eramos quase isso. Pensei que tinha o teu respeito, a tua lealdade. – ela ia falar mas eu levantei a mão como pedindo que ela esperasse que eu acabasse – Quando Alex me transformou, passaram a existir 5 puros, e Alex avaliou que tu eras quem tinha o poder mais “dispensável”, e por tanto, serias tu a enfrentar a verdadeira morte. Mesmo conhecendo-te pouco, tu tinhas sido amigável comigo, e mesmo naquela altura eu estar um pouco louca eu pedi a Alexander para reconsiderar, para deixar-te viver e um dia, quando qualquer puro enfrentasse a verdadeira morte ele não seria reposto e voltava a existir apenas 4. Fui eu que estive lá por ti, mesmo nunca me teres pedido algo, mesmo tu sendo uma espécie de conhecida simpática. Tu agradeceste-me e disseste que estarias comigo para o que fosse preciso, que me eras leal e que estavas em divida comigo.
Passei a mão pelos cabelos nervosa e ela apenas me encava esperando que acabasse de falar, desviando ás vezes o olhar do meu, mas apenas por um ou dois segundos.
- Sentimentos de amizade podem não fazer parte do teu vocabulário, mas lealdade? Lealdade tu tens de conhecer. Eu pensei que me eras leal, e no fim… Tu não disseste a verdade. Tu não tinhas de lutar por mim, enfrentar uma guerra ou algo assim. Tu só tinhas de dizer a verdade.
- É difícil explicar, Nicholaa.
- Quando eu vim ao castelo com Alex a primeira vez, a única vez que estive cá enquanto humana tu viste-me. Tu viste-me realmente. Tu conheceste a minha alma! Não teria um segredo para ti. Era humana, se para ti ler um vampiro normal é fácil e instantâneo, um humano adolescente como eu estaria a gritar o seu verdadeiro eu. – disse tudo tão rápido que estava sem folego – O que viste? Viste sede de poder? Traição? Interesse?
- Não. Eu vi uma mente confusa com assuntos de vampiros, vi a tristeza com a morte da tua progenitora, vi alegria, vi laços familiares, vi amor. – disse firme, olhando-me nos meus olhos - Um grande amor pelo Rei, um amor pela tua Humanidade. Vi inteligência, vi altruísmo, vi coragem e vi um bom coração. Uma alma pura.
- E depois de me teres visto, sem mentiras, sem mascaras e sem segredos, a minha alma… Depois disso, quando me acusaram de ter conhecido Alex já sabendo quem ele era, tudo com a finalidade de me tornar uma pura e ser a arma que o destruiria, tudo organizado ao detalhe… Tu sabias que isso era mentira. Tu sabias! E ainda assim não abriste a porra da boca enquanto era expulsa, humilhada e deixada sozinha no mundo. Porque não falas-te?!
- Eu percebo que te sintas dessa forma. Eu sei que falhei para contigo. Devia ter falado, mas.. Não é desculpa, mas o Rei não deixava ninguém falar sobre o assunto, não deixava sequer alguém se aproximar… Ele tinha os seus próprios pensamentos e eu não podia dizer nada. Não percebes o que eu quero dizer porque o Alexander que tu tens é diferente do que nos reina, ele não tem misericórdia. Tu podes gritar com ele e não aceitar as suas ordens e ainda assim não haver consequências, mas o resto de nos não pode fazer isso. Além disso, eu sabia que tu eras culpada de te aliares aquela cabra e tentares tirar o trono ao rei, mal foi descoberto o vosso plano eu percebi a razão dos teus actos da tua forma de agir. E se, por mais improvável que fosse, por mais remota e praticamente inexistente probabilidade tu me conseguisses enganar quando humana? Eu literalmente estava morta. Foi por isso que fiquei reticente no inicio… Eu sabia que de algumas acusações eras inocente, mas das outras… Eu não me podia arriscar. Eu não podia falar quando o Rei estava tão descontrolado que se eu mencionasse algo relacionado a ti, ele queimar-me-ia até á morte antes de ter terminado de dizer o teu nome. – ela começou a andar de um lado para o outro, agitada - Naquele dia, estávamos na sala do trono os 4. Kawit começou a contar o que descobriu, Alain não queria acreditar, mas eu sabia que era verdade. Eu percebi ali que as tuas atitudes evasivas nada tinham a ver com mau ajustamento, medo ou vontade de fugir do rei. Eu por momentos pensei que tentarias arranjar uma forma de contornar as suas ordens de criador e rei e fugires. Mas Kawit falou, e eu finalmente percebi. Depois os pensamentos de desconfiança de me poderes ter contornado eu hesitei, mas foram excluídos quando um vampiro membros do clã traidor entraram e contaram que estavas com eles desde humana eu sabia que era mentira, eu conseguia ver um pouco da mentira nele. O Rei matou-o ali de forma tresloucada e voltou para o trono. Eu fiquei receosa, e, lamento, guardei silêncio. A situação arrastou-se, e tu voltas-te. Alexander perdoou-te, e não fazia sentido ter falado.
- Muita coisa se passou, Alex também me devia conhecer e saber que não podia ter fingido o que se passou entre nos, hoje acho que ele acredita em mim. Estamos muito bem os dois agora. Isso foi passado. – caminhei para a porta, não havia muito mais a dizer - Sei que é indiferente para ti, mas desiludiste-me Julianne.
Abri a porta e enquanto saia ainda ouvi:
- Nicholaa… Não é indiferente para mim.

Quando cheguei ao quarto, depois de ter tirado a pouca maquiagem que tinha, tomei um banho, vesti uma t-shirt de Alex. Meti-me na cama e esperei por Alexander enquanto brincava com o colar que ele me tinha oferecido. O dia estava quase a nascer, e os vampiros deviam ficar no castelo, Alex voltaria para dormir uma horas e depois ambos nos íamos levantar para uma corrido pela floresta onde ele me treinaria mais um pouco.
Estava cansada física e mentalmente que estava mais a dormir que acordada quando Alex entrou. Ele beijou a minha testa e foi tomar um banho. Quando se deitou, procurei o seu corpo quente para me enroscar nele e dormimos. Alex definitivamente estava a habituar-se a dormir comigo enroscada nele, ele tal como todos os vampiros dormia de forma tensa, como morto. Fechou os olhos e tenso dormiu. Eu sei que muitas vezes que dormia assim a abraça-lo ele acordava atento muitas vezes durante a noite, e fazia esforço para não me atacar. Tal como acontecera esta noite. No meio do sono atirei uma perna para cima dele e apertei-o forte. Acordei com um solavanco dele a erguer-se da cama e com as presas alongadas, era péssimo acordar um puro assim com todos os instintos de predador prontos para qualquer eventual ameaça. Mas ele suspirou, beijou o meu pescoço e voltou a puxar-me para ele, colocando a minha perna na sua cintura de novo e afagou as minhas costas. Adormecemos de novo.


Acordei sentindo-me observada. Sorri e tapei o rosto com o lençol fino.
- Por favor, alguém me ajude! Um vampiro mau está a espiar-me! Ele vai matar-me!! Socorro.
Ele riu e rugiu tentando tirar o lençol.
- Não te podes esconder de mim. – fingiu uma voz maligna.
- O que queres de mim? – perguntei com voz assustada.
Ele tirou o lençol para longe, fazendo-me soltar uma risada enquanto ele se deitava por cima de mim no meio das minhas pernas e beijava a minha boca.
- Alex, eu quero fazer uma pergunta.
- Agora? – Resmungou.
- Aham. – o assunto não deixava a minha cabeça sossegada, e eu tinha de perguntar – É sobre… a traição.
- Já passou Nikka. Eu perdei, tu perdoaste. Já sofremos que chegue. Eu amo-te, tu amas-me não é? – assenti beijando o seu queixo – É tudo o que importa.
- Mas, sobre aquilo de eu te trair enquanto era humana, sobre tudo aquilo que passamos ter sido mentira – só de falar nisso eu sentia um enorme nó na garganta – eu quero dizer…
Os seus dedos estavam trémulos e taparam a minha boca.
- Por favor, não digas… Não digas que é verdade. Não quero ouvir. Estou no paraíso de novo. Não me mandes para o inferno outra vez.
- Mas, eu tenho de dizer. Não consigo pensar que tu acreditas que toda a nossa história era mentira. Que eu estava a trair-te desde esse tempo. Não é verdade! Eu apaixonei-me pelo meu professor de Inglês, não sabia nada sobre vampiros, na verdade não sabia nada sobre amor. E eu apaixonei-me perdidamente por ti. A traição só aconteceu depois que me transformaste, eu só queria vingar-me…
Ele encostou a testa no meu peito e suspirou pesadamente, falando alguma coisa noutra língua para si próprio.
- Fala comigo Alexander…
- Eu estava a dizer que já tinha tomado como verdade que tudo aquilo que vivemos, tudo o que passamos para ficar juntos nunca poderia ter sido mentira. – levantou o rosto para me encarar - Que as bochechas coradas, o coração acelerado que sentia em ti não podia ser uma mentira. Que o medo que vi nos teus olhos na noite que descobriste a verdade não era mentira. Que a tua firme ideia de não seres imortal não podia ser uma forma de estratégia… eu lembro-me da noite no hospital tão bem, a dor que me sufocava o peito, a sensação de ter o teu corpo quente e frágil nos meus braços sabendo que nunca irias sair com vida da operação mas desejando uma espécie de milagre que até rezei… eu implorei para tudo se resolver de outra forma, porque sabia que então eu teria de ir contra a tua vontade e acabar por arriscar matar o que tínhamos, matar-te. Arriscar nunca mais ouvir um “amo-te” da tua boca… Os beijos trocados, as caricias partilhadas nunca poderiam ser uma encenação. Fui um tolo em um dia ter pensado isso, mas estava magoado. Desculpa…
- Não vamos passar a eternidade a pedir desculpas um ao outro. – ri feliz enquanto acariciava os cabelos revoltos – Estamos juntos agora, nada nos vai separar.

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Beijamo-nos com paixão enquanto eu sentia a forma como a sua excitação crescia. Suspirei ficando excitada também. Impaciente ele tirou rápido as minhas calças do pijama azuis e as minhas cuecas, a camisa do meu pijama ele tirou de forma mais delicada, percorrendo a minha pele de beijos, fazendo-me arrepiar com cada caricia. Assim que as minhas mãos percorreram as suas costas firmes as minhas unhas arranharam a sua pele pelo extasse que ele me fazia sentir.
- Alex… - gemi – Eu amo-te tanto…
Puxei os seus cabelos sedosos para trazer a sua boca para a minha, enquanto percebia que ele descia as calças do seu pijama, mas não as tirou, ambos estávamos com muita pressa. Assim que ele entrou em mim, qualquer pensamento minimamente coerente terminou.
Só existia ele e eu. Nada mais.
Pedi-lhe que me mordesse, que queria isso. Os seus lábios e hálito quente no meu pescoço faziam um frenesim correr todo o meu corpo. Sem parar de deslizar dentro de mim, os seus dentes furaram a minha pele e os seus lábios sugaram o meu sangue.
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O treino com Alex foi adiado. Enquanto nos vestíamos Alex recebeu um telefonema e tudo aconteceu muito rápido, acabamos de nos vestir rapidamente e segui Alex que ordenara chamarem os outros puros para uma reunião na sala do trono o mais rápido possível.
- O que aconteceu? – Alain entrou desperto e atento.
Já estavam todos presentes, Alex iria começar a falar.
- Hoje, quando o sol nasceu, 57 vampiros ligados directamente aos que ainda dormem no castelo,morreram por toda a Roménia. Algo está a acontecer, alguém que nos escapou da última vez juntou esforços e prepara-se para mais ataques. E estão malditamente próximos de nós. Eu sei que estão no país, quero apanha-los ainda cá.
- Mas quem podia ter escapado? – perguntei nervosa.
- Diz-nos tu! Tu é que conhecias aquela escumalha toda.
- Eu só tive contacto com Joanne. – rugi a Kawit.
- Chega Kawit. – a voz de Alexander não dava margens para argumentos – Vamos dividir-nos. Quando o novo dia nascer não quero mais mortes. Está dia, é mais fácil encontrar um lugar suspeito, entrem nos clãs. Quando a noite cair comecem os interrogatórios. Alain, vais para Norte, Kawit Este, Julianne Oeste e eu fico com toda a região Sul.
Todos assentiram, e eu comecei a olhar feio para Alexander.
- E eu?
- Tu ficas no castelo, Nikka. – disse suavemente mas firme.
- O quê? – rugi –Porquê?
- Não tenho tempo para esta conversa, agora. Tu ficas.
Senti raiva tomar conta de mim.
- Não vou ficar aqui.
- Vais sim. Eu ordeno-te que fiques.
Olhei-o magoada nos olhos.
- Estás a excluir-me de novo? Não acredito nisto, Alexander. Todo este tempo treinaste-me para quê?
- Para se necessário te saberes proteger. Não foi para ires á procura de lutas. És vulnerável e eu não vou arriscar que saias magoada.
- Eu já percebi. – assenti – Podem passar mil anos que ainda vou ser tratada como uma criança. Tu sempre me vais tratar assim. Eu quero ir! Estive muito tempo sozinha e sobrevivi, sobrevivi naquele covil nojento, saí de lá sozinha. Confia em mim, por favor! Eu descobri o meu poder, não vou ficar vulnerável. Eu quero ir!
- Tu tens um puder? – espantou-se Alain assim como os outros.
Alex fulminou-o com o olhar por nos ter interrompidos e virou-se firme para mim.
- Não te deixo ires sozinha.
- Então leva-me contigo!
- Não. Desconfio que a ameaça esteja a sul, mas mesmo assim tenho de cobrir todo o país. Não te quero expor. Serias a primeira a ser atacada por minha causa.
- Por favor, Alexander! Eu não vou ficar bem aqui sozinha e tu longe… Eu quero ir, quero fazer parte disto! Não me obrigues a ficar aqui.
- Ela pode vir comigo. – disse Julianne – Eu garanto que ela volta sem um arranhão.
Julianne era uma guerreira mortal, só superada por Alexander. Mas pelo olhar de Alex nem isso o fazia confiar-me a ela.
- Eu não quero ir com ela. – e não queria mesmo, depois de tudo – Alex eu quero ir sozinha ou contigo. b
Ele mandou os outros partirem e ficou a passar as mãos pelos cabelos, nervoso.
- Não podes ir Nikka. Fica no castelo e avisa os vampiros quando eles acordarem.
- Não sou parva Alex. Pensas que me enganas com uma missão fingida?
- Não vais.
- Vai começar tudo de novo. – olhei-o com raiva – Argh! Odeio quando me tratas assim.
- É para o teu bem. – responde nervoso - Não vamos discutir, Nikka.
- Só estamos a discutir porque tu me tratas assim.
- Porque te amo!
- Tu é que sabes. – disse com raiva – Mas as coisas vão ficar péssimas entre nós.
- Tenho de fazer isto assim, Nikka!
- Não, não tens.
Ele suspirou.
- Se fores comigo, não podes hesitar um segundo perante uma ordem minha. Sempre ao meu lado. Eu posso proteger-te do fogo, Nikka. Mas não quero um único arranhão na tua pele, por isso nada de tentares entrar num confronto físico com ninguém, se confrontos acontecerem.
- Eu prometo! – aproximei-me dele – Eu prometo Alexander.
- Está bem. – suspirou enquanto segurava o meu rosto – Desta vez ganhas-te.
Sorri e beijei a sua boca.
- Mas só ganhas-te porque não queria depois enfrentar uma greve de sexo. – brincou beijando-me rapidamente. Senti que ele estava nervoso em me levar.
Quando entrei com Alex no carro, o clima mudou. Não queria distraí-lo, e ambos tínhamos de estar atentos. Não sabíamos o que poderíamos encontrar a sul.



Espero que tenham gostado! =)
Comentem ;)
Beijinhos

10 comentários:

Iara disse...

Ar, meu anjo!
Você como sempre se superando. Já estava com saudade de você, suas palavras, Nikka, Alex...
Estou muito feliz de ler (e reler) essa história linda. Você é ótima! Consegue transformar a saudade que sentia da história em muita expectativa para o próximo cap.
Muito obrigada por trazer de volta uma parte importante da minha vida, ''boa leitura''.

Enfim, eu amei tudo. Estou cada vez mais apaixonada... Adoro os dois juntos e quero muito que a Nikka prove que ela é capaz de muitas coisas, sem ser como uma sombra do Alex. Que ele faz parte da vida dela, mas que ela é capaz de se impor e mostrar sua força. Afinal, ela é uma guerreira, consciente disso ou não, ela é!

Um abraço apertado - daqueles de urso - em você. Beijos...

P.S: Ar, saudade de conversar com você! Te adoro! :-D

AR disse...

Iara

Olá querida!!
Que bom que estás a gostar!! Fico contente que tenhas comentado, já não via um comentário teu se não me engano, já algum tempo. Embora tenhamos trocado e-mail xD
De certa forma fico contente por teres sentido saudades minhas e da historia, porque isso significa que gostas =) Por outro lado gostava de ter actualizado com mais frequência e não dar tempo para se ter saudades…
Fico mesmo contente que gostes da historia, que leias e releias. Acredita que isso para mim é mesmo muito gratificante.
Eu é que agradeço por considerares isto por aqui uma coisa importante da tua vida! Para mim também é =)

Que bom que amas-te xD Eu, mesmo sendo suspeita para falar por motivos óbvios, também os adoro juntos. Acho que foram feitos na medida certa um para o outro (pelo meu ponto de vista foram mesmo xD)
Sim, a Nikka quer provar o que vale, mas o Alex com aquela proteção toda e o desejo legitimo de qualquer pessoa tem, ele quer o bem dela, que ela não se magoe. Mas ela não quer sempre ser uma preocupação, um “sombra”.
Sim tens razão, a Nikka é uma guerreira, ela passou por muito, mas sempre sobreviveu =)

Um abraço apertado – daqueles de urso – para ti também ;)
Espero que gostes do próximo capitulo também, vou ficar á espera do teu comentário :P Acho que vais gostar ;)

P.S-> Tambem tenho saudades de falar contigo :) Pode ser que nos encontremos pelo msn, ou assim…
Beijinhos grandes!

Rita Cullen disse...

Vivaaa capitulo fofo *.*
Adoreiiiii, está fantástico! O facto de na realidade Julianne se preocupar com o que a Nikka pensa é bom (: E ainda bem que finalmente o Alex acredita que quando ela era humana estava realmente a sentir tudo aquilo e não era nenhuma mentira.
E tenho pena que todo o reino não confie na Nikka, é compreensivel segundo o que eles sabem, mas todos sabemos que eles não deviam sentir-se dessa maneira porque a Nikka estava apenas magoada com o que Alexander tinha feito.
E estou tão mas tãooooo anciosa para ver o que se vai passar a seguir, o alex permitiu que ela fosse com ele e sinto que se vai passar alguma coisa.. esperemos é que ninguem saia magoado.

"- Vai começar tudo de novo. – olhei-o com raiva – Argh! Odeio quando me tratas assim.
- É para o teu bem. – responde nervoso - Não vamos discutir, Nikka.
- Só estamos a discutir porque tu me tratas assim.
- Porque te amo!" Mas que lindoo *.* O Alex é o imortal mais perigoso e o mais fofo ahah :b

Adorei e adoro o facto de haver novo capitulo esta semana x)
Mal posso esperar, beijinhos Ar (:

Filipa disse...

Tipo eu vou morrer *-*
Que capitulo lindo! Simplesmente adorei (como sempre não é? :D). Não sei porquê mas estou com a sensação que a Nikka no final da história morre, não no próximo capitulo ou assim mas sei lá tenho essa sensação, espero estar errada porque tu até és uma rapariga de surpresas mas esta surpresa não seria de todo engraçada! xD
O próximo capitulo vai ser tão awesome, o que eu queria mesmo era que a Nikka fosse obrigada a usar o poder dela, como se ela tivesse o seu momento de glória, porque no fundo depois de tudo aquilo que ela passou/passa por causa da traição já estaria a precisar assim de um momento de glória para voltar a ganhar o respeito dos escravos congelados.
A parte com a Julianne foi surpreendente, eu nunca cheguei a pensar nesse ponto de vista mas agora que penso nisso .. pois, tens razão Nikka xD
Oh AR tenho a dizer que aquela parte com bolinha vermelha foi muito pobrezita, não me parece nada bem. (modo depravada on). xD
E já falta pouco para acabar a história? Nem quero bem pensar nisso, eu simplesmente adoro a tua história.. sabes quantas vezes durante estes dias eu li capitulos anteriores? Muitas mesmo! e depois cada vez que vinha cá, desesperava imensamente porque o capitulo ainda não estava postado, depois lá tinha de me lembrar 'ok, a moça tem vida, não é como eu que sou uma desenvergonhada desocupada' mas sempre vale a pena esperar porque tu e a tua escrita são incriveis :)
ARzinha do meu coração, posso pedir um favorzinho? faz uma participação da Arianna e do Dominick nesta história, vá láááááááááá, eu adoro-os tanto.. nem que seja só uma frase. pleaseeee xD
A Kawit ainda anda ali? badalhoca, devia ser morta aquele vacalhona (eu no fundo adoro a rapariga, mentira não adoro coisa nenhuma xD)
Beijinhos,
Phills

Vitor disse...

Agora fiquei mesmo curioso para saber que perigos é que há na região que o Alexander e a Nikka vão explorar xDD
A Kawit devia era ser apanhada na região dela, que era para aprender o: . Isso e levar com uma torradeira nas mãos o: (xD)
Continua a escrever assim
Bjs de um amigo :D

Iara disse...

Ar...

Peço mil desculpas por não comentar! É que fiquei um bom tempo sem internet e com o trabalho mal posso ler! Me sobra só os domingos para dar atenção ao que importa e me interessa! Prometo fazer o possível para não ser tão ausente.

Saiba que sou sua fã - não digo numero 1 porque as primeiras pessoas que descobriram seu talento me matariam - de coração! Sucesso sempre! E você precisa ter um facebook pra ficar mais pertinho da gente, mesmo que seja para divulgar suas fics! Eu ficaria feliz em te ajudar com isso, caso goste da ideia. Deixa eu parar de falar se não você se cansa! Espero mesmo conversar contigo pelo msn!

Outro abraço - do tipo urso - pra você! Hahaha

P.S: Sinceramente se eu tivesse um Alex na minha humilde vida eu não ligaria para a super proteção!

Beijo! :-D

Anónimo disse...

Olá AR

Espero que estejas melhor dos dentes! :S Sim Também ja trajei, várias vezes, e claro que adorei!

Como sempre adorei o teu post continua, espero que o proximo seja muito em breve!

bj Bárbara

Ster disse...

AMEEEEEEEEEEEEIIIIIIII.
O QUE SERÁ QUE ENCOTRARAM NO SUL?
EU TENHO A IMPRESSÃO DE QUE A NIKKA VAI SOFRER ALGUM TIPO DE AMEAÇA E VAI SE SALVAR E MOSTRAR PARA ALEXANDER (UM MILHÃO DE SUSPIROS) QUE ELA DA CONTA DE SI MESMA OOOOOOOOOOOOUUUUUUUU ALEXANDER SALVA ELA E ENFATIZA QUE ELA NÃO CUIDA DE SI MESMA, DPOIS ELA SALVA-SE, MOSTRANDO PARA ELE QUE ELA PODE.

ANSIOSA PELO PRÓXIMO CAPÍTULO.

Anónimo disse...

adororei estou ansiosa pelo proximo

cátia

Alexandra Reis disse...

AI LINDO EU QUERO LER MAIS!!!!!! AI PFF PUBLICA DEPRESSA!

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